Review #1 - Kakkou no Iinazuke
Bom dia, boa tarde, boa noite! Bora pra um
review?
Hoje, eu pretendo falar de um mangá cujo
potencial eu acredito que tenha sido um pouco detonado, Kakkou no Iinazuke.
kakkou no Iinazuke é escrito e ilustrado por Miki
Yoshikawa que, para quem não sabe, é autora também de ''Yamada-kun and the
Seven Witches''. E do que que se trata a história?
Bom, a história gira em torno de Nagi Umino e
Erika Amano. A princípio parece simples, mas quando você vê pela primeira vez é
quase impossível não ficar hypado. Isto porque Nagi e Erika foram trocados na
maternidade. Sim, Nagi foi criado pelos pais biológicos de Erika, enquanto
Erika foi criada pelos pais biológicos de Nagi.
Então, os pais de ambos têm a brilhante ideia de
unir as duas famílias fazendo com que ambos fiquem noivos. Isto resolveria
diversos problemas na verdade, exemplo: Os pais adotivos de Nagi eram hippies
relativamente pobres, enquanto seus pais biológicos, que criaram Erika, eram
ricaços. Bem, existe toda aquela questão do filho biológico, Nagi, assumir os
negócios do pai. Casando-se com Erika, ele poderia fazer isso. Tudo ficaria
bem, né?
A partir daí, nós teríamos uma singela e bela
comédia romântica, afinal, a arte da autora é muito boa apesar de ser estranha
algumas raras vezes. Mas é claro que tudo não é tão simples. Ninguém aqui que
leia mangás por bastante tempo ia acreditar que empecilhos não aconteceriam, e
é aí que mora o problema.
A Autora adiciona pura e simplesmente, um harém.
E quem forma este harém?
A principal personagem é Hiro Segawa, a garota
que é colega de Nagi e por quem ele é apaixonado. E ela é o problema.
Particularmente, eu não gosto do design dela,
acho ruim. Mas isto é só um gosto pessoal. O problema dela é sua personalidade.
Eles estudam na mesma escola e Nagi cria uma rivalidade com ela que parte de
ambos tentarem ser os primeiros colocados no ranking de nota dos exames de sua
escola. Ele diz a si mesmo que, se caso derrotasse ela, a primeira colocada
quase que unanimemente, ele confessaria seus sentimentos.
Aqui vale a pena fazer um pequeno adendo: Nagi
tem o clássico problema dos protagonistas adolescentes, que é ser meio
indeciso. Ele tem dificuldade de escolher com quem ele vai ficar no final, de
maneira a ficar enjoativo e chato. Mas isto é roteiro! No mais, Nagi não é um
personagem ruim. Na verdade, ele surpreende. Apesar de nerd, ele é bom de
briga, responsável e principalmente, ele não só derrota a Segawa como SE
CONFESSA pra ela, sendo corajoso.
E o que a Segawa faz quando o Nagi se confessa?
NADA. Ela diz que uma vitória não é o suficiente para que ela aceite que ele é
mais inteligente. Vale dizer que a Segawa diz que gostaria de ter um homem que
fosse mais inteligente que ela, por isso a nóia do Nagi de derrotá-la.
Desde então, Nagi tenta e consegue derrotá-la
mais vezes, não lembro exatamente quantas, mas é mais de uma. Apesar disso,
Segawa nunca aceita os sentimentos dele ao mesmo tempo que não os nega
necessariamente. Ela é uma personagem ambígua, deixando a entender que também
tem sentimentos por ele, mas sempre deixa ele de lado!
Isto irrita demais, ela é sempre, sempre evasiva,
dando pequenos gatilhos aqui e ali. Ou seja, ela faz o clássico ''cu doce''!
Levando em conta que é por ela que Nagi está apaixonado, você se irrita, e
muito!
Nagi não pode ficar com ela. Além de noivo da
Erika, Segawa vive em um daqueles templos japoneses, e ela também tem um noivo
escolhido pela sua família. A autora então cria aquele saco de ‘’você consegue
mudar o destino?’’
Pô, qualquer um que leia isto não quer mudar o
destino, e eu direi o porquê mais pra frente. Por agora, vou me limitar a
reclamar de uma questão que é ridícula: Ela joga essa questão do destino nas
costas do Nagi, como se ele tivesse de fazer algo. O problema é que ele TENTA
FAZER, mas ela não só NÃO COLOBORA como acaba até atrapalhando, fugindo dele.
Apenas deixando bem claro, a Segawa é um
personagem que ninguém que comenta nos sites em que eu leio (principalmente o
Mangá Livre) gosta, ela é ruim!
E fica pior! Lembra que eu disse que era um
harém? Então, Nagi tem uma irmã adotiva, Sachi, que é irmã biológica de Erika. Ela
também é apaixonada por Nagi, sendo que ele não demonstra sentimentos
românticos por ela, apesar de as vezes acabar por ‘’vacilar’’ em uns momentos
(ele dá seu primeiro beijo nela...).
Ela não chega a ser um problema, na real é quase
certo que eles não vão terminar juntos. Legalmente eles podem, mas pensa: ela é
irmã adotiva dele e biológica da noiva dele, não dá né? Ela também não recebe
tanta atenção quanto a Segawa, por exemplo, por parte da autora. Mas se fosse,
preferiria ela à Segawa.
Agora, chegamos numa parte boa: Erika, o motivo
de você NÃO QUERER mudar o destino da Segawa.
Erika é excelente em tudo, foda-se! Seu design é lindo, a arte em suas aparições é ótima (a arte em geral é, menos o rosto da Segawa) e ela é muito carismática. Ela é algo como uma ‘’instagrammer’’, uma famosinha. Mas ainda assim, sua personalidade é inocente e você cria empatia por ela fácil fácil. A partir do capítulo 90, ela começa a deixar mais evidente que gosta do Nagi, ela está se apaixonando.
Sem comentários, né?
Erika é do longe a melhor personagem, mais
carismática, bonita e bem desenvolvida. Você torce pra ela, sem mais. Mesmo que
ela tenha defeitos, por exemplo, ajudando Nagi a tentar conquistar a Segawa,
você ainda torce por ela. Claramente ela será mais aproximada de Nagi
futuramente.
Eles moram juntos aliás, onde não rola nada, como
esperado. Mas as interações são boas e a arte, novamente dizendo, favorece a
Erika. A autora é generosa com ela neste sentido. Sua irmã biológica acaba indo
morar com eles, mas, nesta época, ainda existia o problema da Segawa, onde a
Erika não era realmente apaixonada pelo Nagi. Você deixa passar, afinal, tinham
passados meros 10-15 capítulos.
Mas como nem tudo são flores, a porra da Segawa
acaba indo morar com eles também, a famosa ‘’empata foda’’. É óbvio que, com a
Segawa na casa, Erika seria a terceira opção da autora pra desenvolver alguma
migalha de romance com o Nagi.
Erika só ganhou mesmo a oportunidade nestes
últimos capítulos, quando a mãe biológica do Nagi e sua adotiva, prende ela e
Nagi em um hotel. Aqui, cara! Aqui é quase o cúmulo, se liga:
Depois de mais de 70 capítulos dedicados à
enrolação da Segawa, algumas não poucas participações da irmã e um ou outro
drama, eles finalmente foram deixados sozinhos (Nagi e Erika). E pra que? Pra
não só não rolar nada, como, PIOR! o Nagi, ao sair do hotel, é levado pra
passar UMA FUCKING SEMANA COM A SEGAWA.
A autora roda, roda, roda e roda, pra sempre
jogar o Nagi de volta pro início, pra pior personagem da série. Mermão, tu fica
só o pó!
Então, este é o problema: A SEGAWA. Talvez, só
talvez, se ela fosse bem desenvolvida, não seria chato, mas né?
Além de tudo isso, ainda tem a amiga de infância
do Nagi, a Ai. Essa dá medo! Ela me aparece nos 45’do segundo tempo dizendo que
vai se casar com ele porque eles prometeram quando criança, indo no oposto das
demais, que ou escondem ou negam os sentimentos. Entretanto, ela ainda mal foi
desenvolvida, então suponho que a autora tá louca pra jogar um arco todo de
semanas focados nela. Ela não é ruim, aliás, tem muita atitude, mas mano, ela
claramente foi encaixada ali pra atrasar a história.
Aliás, foi a Ai quem ajudou ele e a Erika fugirem
do hotel, e ela quem leva ele pra ficar com a Segawa. Como eu disse, ela é de
atitude, e tá tentando manter ele longe das demais o suficiente pra ele não se
apaixonar.
Ou seja, volta o ciclo!
Aí você pensa, mas por que eles atrasariam a
história? Eu acredito que seja o seguinte: essa coisa vai virar anime ano que
vem. A autora tá enrolando pra que a obra ainda esteja em produção quando o
anime sair. Tipo aquilo que rolou dentro do universo de ‘’Bakuman’’, quando o
Takagi queria terminar o mangá deles antes de virar anime e não deixaram. Isso,
pra editora, é perder dinheiro. A solução? Mantém, se vira.
Por causa disso, a obra acabou neste estado, parecendo
obra do governo: não avança. É um Kanojo Okarishimasu 2.0. Uma pena, muito, mas
depois de tanto tempo você ainda quer ver o final. Por isso, se você for ler,
tenha isso em mente: enrola, enrola demais. Por sua conta em risco, você talvez
tenha um caso de amor e ódio com a série.
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